segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Morte-vida



Pela vida andamos mortos             
Do céu nos observam absortos
Os anjos que outrora fomos.

Ao trilhar essa morte-vida
Caminhando por entre fendas, sem destino
Num suspiro profundo, quase que ferino
Adentramos nossa própria ferida.

Na apatia de quem se apóia na espera,
Ao ver que não é sangue o que lhe derrama
 Não tendo quem lhe acorde, nem quem o ama
O já defunto assume a cova que carrega.

E nesse idílio absurdo e ausente
Os demônios que nunca nos tornamos,
Nos espreita com olhares sobre-humanos
Sussurrando a nossa morte eminente.

Lwdmila