sábado, 23 de fevereiro de 2013

Fragmentos de discussão sobre Raça e Racismo.


O Brasil é o segundo país onde a maioria da população é negra, mas nem por isso deixa de ser um país racista. Já afirmava o Professor Munanga que dizia “o problema não está na raça, mas no racismo que hierarquiza, desumaniza e justifica a discriminação.” Esse racismo é difícil de ser arrancado, ele já vem enraizado desde o tempo dos nossos avós, onde dizia que lugar de negro é na senzala, ou então, quando o negro não “caga” na entrada “caga” na saída. Esses ditados populares podem ser muito engraçados, porém no fundo tem seu teor de racismo.
O negro foi explorado, descriminado, maltratado, despersonificado, tratado como objeto, e mesmo assim resistiu. Viu seu continente ser invadido, dividido, comercializado e ainda sim, resistiu. Foi massacrado, chamado de pagão, viu sua crença ser desrespeitada, proibida, caluniada, ouviu que sua cor era símbolo de inferioridade e um castigo divino e mesmo assim persistiu. Trabalhou duro, horas a fio, num sol escaldante, caldeiras ferventes, mineração, moinhos de cana e mesmo assim, continuou de pé. Cultivou sua cultura, suportou preconceitos raciais, dor, pobreza, fome. E, sem perder a esperança, sem deixar de lutar pela igualdade merecida, continua resistindo. Isso é de orgulhar!
O negro sempre sofreu preconceito, mas esse não conseguiu derrubar a força que cada homem negro e mulher negra têm. No fundo, toda pessoa, mesmo aquela que traz traços europeus, tem sangue de negro correndo em suas veias.
O que seria do Brasil sem o negro? Nada! Devemos sempre lembrar do que hoje chamamos de cultura brasileira, como o samba, o carnaval, a capoeira, são de origem negra. E o batuque, o coco de roda, tantos e tantos outros ritmos que temos no nosso país e que existem hoje devido a alegria, o molejo do negro.
Diversas coisas se originaram a partir da cultura negra e ainda hoje o negro sofre racismo?! Mas, enfim, o que seria do Brasil, do mundo, sem a cultura negra?
E você branco, do que se orgulha?
De invadir terras alheias, de escravizar e comercializar seus semelhantes, de coisificar o ser humano? De sugar todas as riquezas das suas colônias e deixar seus moradores na miséria? De colocar tua religião acima de tudo e todos, queimar, matar, torturar e censurar qualquer manifestação ou pensamento diferente? De sempre se colocar como superior em função de suas posses? Onde estão tuas conquistas? Onde derramastes teu suor? É muito fácil crescer com o trabalho alheio!
É triste ver uma sociedade que se espelha em países que historicamente e descaradamente foram (e são) o motivo do choro e do infortúnio de milhares de almas, países que exploraram continentes e hoje, ainda explora e aliena os seus. Triste ver a violência, o sangue derramado por séculos de barbárie. Pior, ver se propagar esse padrão que nos serve de modelo e as mudanças mínimas, a nível de humanidade, que foram alcançadas.
Os brancos nos ensinaram uma cultura de acumulo, exploração, violência, preconceito e desamor, enquanto isso os negros, nos agraciaram com os ritmos, a força, coragem e resistência, além de nos deixarem uma lição: na África, enquanto os negros capturados pelos brancos eram mortos, torturados e estuprados, os brancos capturados pelos negros só tinham que confessar seus crimes detalhadamente para então receber o perdão! Esse sim é um exemplo de humanidade!
O negro provou ao longo da historia ser forte, capaz, revolucionário e acima de tudo humano. Agora, repense, onde está a inferioridade da raça humana? Nos atos ou nas raças? (se é que existe raça além da humana).


Thaís Paulino & Thamires Marques

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Desabafo


De tanto sufocar minha vontade de escrever
O verbo
Perdeu o som, o tom,
A forma.
Sinto um marasmo de ondas violentas
Passando pelas veias da alma.
Espero um dia recuperar o
Verbo,
O verso
O inverso, e Ser
Encontrar
Nas curvas da vida
Meu Reflexo
Mais uma vez.