terça-feira, 28 de maio de 2013

Semana de Museus - Museu Jorge de Lima e Museu Maria Mariá

Na semana de Museus, nós do Subverso e as crianças e seus professores da Escola Estadual Rocha Cavalcanti (5º ano matutino) e a Escola Municipal Jairo Correia Viana (6º ano vespertino) disponibilizamos nossa manhã e tarde do dia 17 de maio para dialogarmos de forma lúdica sobre a história do Quilombo dos Palmares.


Foram momentos em que nosso planejamento, nossa vontade de práxis (prática reflexiva) e nossas estratégias de acesso foram reinventadas e, graças a possibilidade de estarmos juntos nesse processo, podemos vivenciar a educação.





terça-feira, 7 de maio de 2013

Identidade, Território e Desterritorialização.


      Ter identidade é fazer parte de um povo, de uma cultura, de uma história, se identificar, defender uma causa, levantar uma bandeira, organizar-se como classe trabalhadora. É fazer parte de um grupo, e se assumir como parte dele. 
       É o caso das comunidades Quilombolas. Para que haja uma comunidade tem que haver uma relação de pertencimento entre as pessoas, o lugar e a história, se reconhecer no outro, gerando assim uma consciência de grupo. Toda identidade é formada em determinado espaço, o que podemos classificar de território. 
     É no território onde se estabelecem as relações culturais e sociais e a disputa de poder de uma determinada sociedade. São essas relações geográficas e simbólicas que criam o território e a identidade de um povo. O território passa a ser o mediador entres os indivíduos, tendo não só uma dimensão cultural, como também política, sinônimo de disputa pelo poder, de dominação de exploração. 
     A desterritorialização se dá quando um determinado grupo é obrigado a deixar seu território por pressões externas e/ou sistêmicas (guerras, cerca, etc), ou por questões naturais, como enchente terremotos, etc. 
       Mas, o que é preocupante é quando o motivo é político, guiado por interesses mesquinhos, baseado nas relações de dominação. É o caso das tribos indígenas, que em todo processo histórico brasileiro foi e é desterritorializada, sendo engolidas pelos os canaviais e fazendas de grandes latifundiários, o caso das comunidades quilombolas, que têm suas terras invadidas, dentre outros exemplos. 
     Em Alagoas, tribos indígenas foram massacradas ou destituídas de seus territórios, o Quilombo dos Palmares, que foi derrubado, destruído, e suas terras apossados por outros grupos, a religião de matriz africana em Maceió que, no ano de 1912 com o quebra de xangô, teve várias Casas perseguidas e botadas abaixo pelo o poder ditador da polícia-política da época, forçando o exílio de yalorixás e babalorixás em estados vizinhos. Sem esquecer de mencionar os moradores que viviam da pesca no bairro do Jaraguá e foram expulsos para outro local e por motivo ampliar o potencial turístico da região. 
     Todo esse processo de desterritorialização faz com que os indivíduos sejam obrigados a reconstruir uma nova história em um novo espaço, o que é difícil para muitas comunidades, pois seus moradores têm uma relação muito forte com o seu território, material e sentimentalmente, além desse ser a fonte de onde se resgata a história da comunidade e, consequentemente, do indivíduo. 
     Abandonar um território onde se funda uma comunidade fragiliza a sua identidade que perde parte de sua referência. É o caso dos Judeus que sempre sofreram com expulsão e reconstrução da sua identidade em outro lugar. Contudo, se toda identidade é formada em um território que é palco das relações culturais, sociais e políticas, esse está sujeito a sofrer modificação em seu processo por causa da forma como é usado. 
    Todo povo constrói uma historia e está sujeito ou obrigado a reconstruir outra história, dentro de um espaço que é a morada do homem e ao mesmo tempo sua prisão.

Thaís Paulino - Estudante de geografia Uneal, subversiva.