domingo, 28 de abril de 2013

Inquietações no Espelho


Queria uma música
Para embalar a minha vida...
Não gosto do silêncio!
O silêncio é um companheiro cruel!
Me permite ficar cara-a-cara comigo mesma!
E a triste ideia desse encontro me amedronta!
E, por vezes, muitas vezes
Me silencia...

Meu refúgio é a arte que me alimenta de forma estranha.
Como um remédio que alivia quem o toma
Mas nada pode fazer pelos que o formulam
Independente de sua grandiosidade, independente de sua Forma.
E hoje, eu apenas a absorvo...
Me envolvo, me entrego e espero
Que em meio à Alucinação, haja a super Alienação e que, por fim (ou começo talvez)
Dela Brote a tão sonhada Revolução
Que ela me consuma
Me hidrate, me resgate e me condene.
Que me entenda, que faça entender.
Surpreenda, me faça surpreender
Que sensibilize, que enfureça e compadeça
Que me penetre assim como meu olhar no reflexo do espelho
Quero encará-la como a mim mesma
Para que eu não banalize nem a mim nem ao outro
Que seja meu alívio, meu engasgo.
Meu conforto-confronto, meu esforço, meu escárnio.
Que seja um pulsar quente e acelerado
Numa noite tranquila de inverno.
Para que, por fim, a imagem no espelho
Não me amedronte mais.
Que apenas GRITE!
E se converta em Música...