Queria uma música
Para embalar a minha vida...
Não gosto do silêncio!
O silêncio é um companheiro
cruel!
Me permite ficar cara-a-cara
comigo mesma!
E a triste ideia desse
encontro me amedronta!
E, por vezes, muitas vezes
Me silencia...
Meu refúgio é a arte que me
alimenta de forma estranha.
Como um remédio que alivia
quem o toma
Mas nada pode fazer pelos que
o formulam
Independente de sua
grandiosidade, independente de sua Forma.
E hoje, eu apenas a absorvo...
Me envolvo, me entrego e
espero
Que em meio à Alucinação, haja
a super Alienação e que, por fim (ou começo talvez)
Dela Brote a tão sonhada Revolução
Que ela me consuma
Me hidrate, me resgate e me
condene.
Que me entenda, que faça
entender.
Surpreenda, me faça
surpreender
Que sensibilize, que enfureça
e compadeça
Que me penetre assim como meu
olhar no reflexo do espelho
Quero encará-la como a mim
mesma
Para que eu não banalize nem a
mim nem ao outro
Que seja meu alívio, meu
engasgo.
Meu conforto-confronto, meu
esforço, meu escárnio.
Que seja um pulsar quente e
acelerado
Numa noite tranquila de
inverno.
Para que, por fim, a imagem no
espelho
Não me amedronte mais.
Que apenas GRITE!
E se converta em Música...