E quando nasci uma voz me disse:
inquieta-te e prepara pra ousar na vida, não acredite no que te dirão sobre
como é ser mulher. Não, não é a fragilidade que norteia o teu caminho, sois
forte, mas teu corpo não é uma rocha, és sensível. Quando comecei a compreender
as palavras descobri que viver dói.
E novamente vozes ecoaram: teu corpo é
somente teu! Senti as palavras vibrarem uma a uma em cada órgão. Sou agora a
voz de muitas outras e também a minha, meu dia são todos os dias em que preciso
lembrar um 8 de março, de lutas, de resistências. Todas as flores são
bem-vindas, desde que venha acompanhada do respeito cotidiano.
Eu mulher, ainda sou vítima ao ser
acusada a cada amanhecer, por quererem uma submissão que não cabe em mim, por
ser exigida a estar dentro de um padrão como se todas fossemos iguais... Fabricadas, produto de uso essencial ao prazer
do outro. Somos todas mulheres e não precisamos de definições que venham em
rótulos.
Agora cabe a mim rebelião, de mãos dadas
com tantas outras mulheres sem nomes. Agarro-me a rostos, sorrisos, escritos e
as tantas vidas revolucionárias na luta por igualdade de oportunidades, por
respeito e visibilidade e acima de tudo pelo direito de ser minha, livre e sem
invasões.
Eu-mulher, Subversiva inverto a ordem ao
reinventar caminhos, não caibo na sua vitrine, não sou essa dos programas de TV
e se você olhar pra mim, se olhar nos meus olhos e não os meus seios, verás uma
aresta do que sou e do que tantas outras também são. Concedo-me o direito de
ter voz, de livremente ser uma e ser tantas, de ir à luta e não me calar.
Eu-Mulher, todos os dias, saúdo todas as
companheiras que fizeram e fazem valer o dia 8 de março!
Luana
Luana
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